Março trouxe na proa o Carnaval e o Oscar. Março das grandes águas, do fim da seca no sertão, de São José Carpinteiro, da Poesia, das Mulheres, do Partido da Classe Operária, da Arte que nos liberta nas ruas e nas telas. “Sorriam!”. O riso é a afirmação de que continuamos aqui apesar de tudo.

Reafirmemos o ócio como o território da alegria, da alegoria, da invenção. Viva o nosso Carnaval! Essa reinvenção genial do povo brasileiro sempre a lembrar que não somos escravos da exploração, e podemos vencê-la. Viva a folia! Esse antídoto contra a opressão e o obscurantismo, que os inimigos da vida pretendem matar.

“Ainda Estou Aqui” ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Sem dúvida, um feito louvável do gênio e da inteligência nacional. É o Brasil em águas ainda não nevegadas, conquistando o mundo, somando à civilização a representação e memória de um povo que se repõe para existir no refinamento de nossa arte.

No Carnaval, na literatura, na música, no teatro, nas artes plásticas, na pintura, no cinema, a poesia e o enredo, os movimentos e os compassos, as cores e os sons, as interpretações são traduções de nossa trajetória de trabalho, de conflitos, de sacrifícios, de superação, que nos transformou nesse povo ímpar, uno e diverso.

Esse emblemático março nos faz lembrar que continuamos vencedores. Um povo que se inventou na diversidade, no trabalho, na luta e no sofrimento; que reinventou o Carnaval e o futebol alegres e contagiantes, simples e majestosos; que é reconhecido pela sua capacidade de ser uma nação independente e com destacada cultura em todas as manifestações civilizacionais, está fadado a ser livre, a romper com todas as algemas e barreiras que ainda o infelicitam. Viva o Povo brasileiro! Viva a Cultura nacional!